sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Nova geração de técnicos brasileiros surge na Liga Nacional de Handebol

Uma nova geração de técnicos brasileiros está surgindo na Liga Nacional de Handebol. São eles, Gabriel Citton, da Luna ALG / Ordena / UCS, José Ronaldo do Nascimento, mais conhecido como SB e Helinho, da Metodista / São Bernardo e Marquinhos, da Unoesc / Orbenk / Chapecó.

Atletas que brilharam por muitos anos na Seleção Brasileira e que participaram de muitas edições da Liga como jogadores, agora disputam a competição pela primeira vez como técnicos.

“É bem diferente você jogar e passar a informação para que outra pessoa resolva. Não intenciono voltar a jogar, mas as vezes ainda sinto vontade de entrar na quadra para mostrar como deve ser feito”, conta SB, que atuou durante vinte anos na Seleção Brasileira.

SB parou de jogar na temporada passada e hoje muitos dos seus comandados foram seus companheiros de equipe. “Temos um ótimo relacionamento, mas o fato de ter jogado com a maioria deles ajuda e ao mesmo tempo, atrapalha. Alguns atletas ainda não sabem diferenciar a amizade da hierarquia, mas acredito que só vamos melhorar isso com o tempo”, conta o treinador que tem 43 anos.

Hélio Justinho, o Helinho, que é auxiliar-técnico de SB, na Metodista / São Bernardo, também tem vasta experiência na Seleção Brasileira, foram 17 anos defendendo o Brasil. E, segundo ele, o fato de ter sido jogador e de conhecer tão bem os atletas, tanto dentro, quanto fora das quadras, ajuda muito a lidar com o grupo.

“Temos uma relação bem aberta, o que facilita bastante as coisas. Nós escutamos o que eles têm a dizer sobre o que está acontecendo dentro da quadra e nós passamos a visão que temos aqui de fora e o trabalho fica completo”, explicou o treinador de 37 anos.

No último ciclo olímpico, Helinho foi o capitão da Seleção Brasileira nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro e nas Olimpíadas de Pequim.

“Enquanto jogador passei quatro anos aprendendo muito com o Jordi (Ribera, ex-técnico da Seleção) e suguei o máximo de informações através dos treinamentos, livros, cd's. Agora com o Javier (Garcia Cuesta, atual treinador) também já fiz duas clínicas e pretendo seguir na mesma linha, além de fazer um curso para treinadores na Espanha. Acho que a qualificação é muito importante e essa nova geração de técnicos brasileiros está se preparando muito bem. Assim, creio que, no futuro, estaremos qualificados a comandar Seleção Brasileira Adulta”, disse Helinho.

O técnico da Unoesc / Orbenk / Chapecó, Marquinhos também integrou a Seleção Brasileira de 1991 a 2001 como jogador e desde 2005 é preparador físico e assistente técnico da equipe brasileira.

“Acredito que toda a nossa experiência e vivência dentro de quadra facilita o nosso trabalho pois devido a isso temos um raciocínio mais rápido sobre as situações do jogo. E, fora das quadras, como já estivemos do outro lado, também sabemos o que os jogadores costumam fazer, por isso, procuro impor na minha equipe uma postura rígida, mas não ditadora. Ressalto sempre a responsabilidade de ser um atleta e a importância de representar bem o seu clube ou a Seleção”, comentou.

Marquinhos tem 39 anos e um dos seus desafios é comandar jogadores mais velhos e tão experientes quanto eles. “O Palito e o Jabá me viram crescer no handebol e apesar de serem mais velhos me respeitam muito, mas, principalmente, me ajudam a comandar a equipe, pois são grandes referências para os outros jogadores”.

O treinador acredita que no futuro esses jovens treinadores brasileiros terão condições de comandar a Seleção Brasileira Adulta. “A vinda dos técnicos estrangeiros é importante para o crescimento do handebol no nosso país e também para a qualificação dos treinadores. E, acredito que, num futuro próximo, estaremos capacitados a estar a frente da Seleção Brasileira, mas dando seqüência a esse trabalho que começou com
o Jordi e o Javier”.

Diferentemente dos outros treinadores, Gabriel Citton, que tem 32 anos e é o técnico mais novo da Liga, não foi jogador profissional. Mas, logo em sua primeira participação está obtendo bons resultados e conseguindo manter a Luna ALG / Ordena / UCS, de Caxias do Sul, na zona de classificação para as semifinais.

“Como Caxias do Sul nunca tinha participado da Liga Nacional antes, eu me preparei muito para essa temporada. Apesar de jovem, eu já sou técnico há 11 anos. Fiz um curso de especialização em handebol e estou na Seleção Brasileira Cadete Feminina, como assistente-técnico desde 2007, o que me deu uma bagagem muito boa”, finalizou Citton.

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